terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Quem é você quando ninguém pode ver?

Dias após nossa última conversa esta pergunta surdiu em meus pensamentos e desde então me inquieta. Acredito que esta questão não venha para ser respondida, mas para fazer pensar, refletir e mais que isso mudar a forma de perceber e agir.
Vejo tantas pessoas se perdendo na busca de si, ou melhor, na busca por alguém idealizado na vontade de outrem. Partindo da premissa que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, não deveríamos buscar outra coisa diferente da nossa essência; nossa fé, por sua vez, deveria se basear em nosso anseio pessoal (vindo da essência) e não numa suposta convenção de “conduta reta”, pois qual eficácia teria uma fé que não vem do que somos de fato?
Creio que a lei pela lei gera atores e potencializa a ação do recalque na gênese de suas neuroses, que se manifestam das mais diversas formas, de maneira que na maior parte do tempo lidamos com as “personagens” e não com a pessoa e sua verdade.
Experimentei e testemunhei os feitos de um Deus que muito me prometeu e hoje experimento muito de sua misericórdia, pois permanece fiel como nos tempos de outrora. Reconheço Sua destra sobre minha vida das mais diversas formas, o que me leva a rogar: Que minha razão reconheça aquilo que meu coração há muito experienciou, pois diante das coisas que já vivi a lei pela lei não me basta!
Cada dia que passa, sinto aquela necessidade de “dar razão à fé”, como conversávamos. Hoje vejo de uma forma mais clara, acredito que a fé (fundamento das coisas que não se pode ver) encontra sua representação (torna-se visível) em cada um de nós, na nossa verdade enquanto pessoa e não naquilo que nos tornamos para provar que somos bons ou merecedores de credibilidade alheia. Em toda vida de Jesus isto é muito claro, desde o seu nascimento até sua morte Ele põe em questão todas as “convenções” e vai além do olhar e aprovação alheios. A samaritana, Bartimeu, Hemorroísa, Maria (irmã de Marta), Pedro e tantos outros foram reconhecidos e tocados na simplicidade de seus corações, na verdade daquilo que eram e a obra de salvação aconteceu a partir daquele “sincero nada”.

Eis o meu ponto, a minha questão, o meu “nada” e é tudo o que tenho para Te ofertar, que eu não me afaste de mim e que minha sinceridade me conduza cada vez mais para perto de Ti. Que eu seja o mesmo diante dos outros e quando estivermos “a sós”.