sábado, 4 de maio de 2013

"Aponta pra fé e rema!"

É estranho sentir as coisas fora do lugar, mas quais seriam seus devidos lugares?
Fazemos planos, sonhamos, lutamos e tentamos fazer acontecer conforme o planejado, nem sempre dá certo, às vezes não conseguimos fazer como o planejado ou o plano não foi bem elaborado e por vezes dá certo. 
Sempre estamos à procura de algo, alguém ou alguma coisa que ajude a equilibrar nossas forças, sem nos dar conta que os únicos capazes de tal feito somos nós mesmos. 
Acredito que tudo que nos acontece tem um propósito, o que não significa que podemos nos eximir da responsabilidade sobre nossa liberdade e necessidade de escolha. É preciso aceitar que somos para o mundo e não necessariamente o contrário, pois se assim fosse,  nossas vontades se realizariam tal qual planejamos. É preciso ter força, encontrá-la onde parece não existir mais nada que preste; é preciso ter fé, no seu sentido mais simples, apenas crer...
Tenho medo daquilo que passa, das oportunidades não aproveitadas, das palavras que não foram ditas, de sentimentos guardados a sete chaves.
E se tudo acabasse agora?
O que faríamos com nossos planos mirabolantes? O nossos sonhos, tão felizes e bonitos, onde ficariam? E os sentimentos que ficaram aguardando o tempo oportuno para vir à tona?
Continuamos reféns do acaso, entregues às surpresas de uma vida efêmera, esperando que esta se encaixe, como um grande quebra-cabeças. 
Não há mais tempo a perder, a vida nos chama!
É hoje, agora!
"Aponta pra fé e rema!"

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Cativar...

"...Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços.

- Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto
inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não
tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil
outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para
mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves
esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável
pela rosa..."
(O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint Exupery)

Com um trecho deste livro, que me "cativou", volto a devanear (se assim posso dizer), escrever sobre aquilo que me toca, que me faz refletir. Espero que novos textos, reflexões e devaneios sejam aqui publicadas com maior frequência a partir de agora. 
Reconheço que quando parei pra ler 'O Pequeno Príncipe' pela primeira vez, achei que tinha em minhas mãos um livro para crianças, como aquelas historias de contos de fada. Me surpreendi, pois não se trava de um livro apenas para crianças, mas para adolescentes, jovens, adultos, idosos... Principalmente para os "adultos"! Desta época até a presente data passaram-se alguns anos e percebo o quão atuais e verdadeiras são suas lições.
Cativar... realmente uma coisa esquecida atualmente, uma palavra que praticamente caiu em desuso. Nesses tempos em que o "ter" vale mais que "ser", temos nos empenhado em conquistar, obter, pela simples necessidade de "ter que ter". Esquecemos das pequenas conquistas, dos detalhes que cativam, que não somente criam laços, mas os tornam consistentes. Um olhar retribuído, um sorriso, o silêncio de uma escuta sincera, a preocupação despretensiosa, são as alegrias do "ter por ser".

"... Tu te tornas ETERNAMENTE RESPONSÁVEL por aquilo que cativas" uma consequência, um tanto quanto pesada, uma responsabilidade imputada àqueles que se dispõe a cativar e/ou se deixam cativar.
Como ser eternamente responsável, se não somos eternos? 
Mas a lição da raposa é proporcionalmente linda e simples, e nada pesada!
Vivendo sinceramente a experiência de cativar, o sentimento de responsabilidade para com o outro surge naturalmente, reflexo de um ato de amor, de um "querer bem", de uma atenção recíproca e o ETERNO, por sua vez, não se dá pelo tempo que ficamos próximos, mas pelo significado que atribuímos, pela verdade que expressamos e pela coragem de cativar continuamente.